Para que meus leitores do sexo masculino não se achem em desvantagem em relação à crônica do tapete, vou contar uma “típica de mulher” que aconteceu comigo.
Num belo sábado de sol, fomos eu e meu marido ao centro da cidade à pé com o carrinho de bebe. Entramos numa loja de departamento e procuramos o elevador, pois com o carrinho a sua mobilidade se reduz drasticamente e você não pode mais utilizar as escadas rolantes, por exemplo.
Sem sucesso na busca, o C. resolveu perguntar a vendedora onde se localizava o elevador. Ela parou um pouco para pensar, pediu para nós a acompanharmos, encaminhou-se para o corredor principal, parou, levantou o braço esquerdo, apontou com a mão para a esquerda e disse:
– Depois daquela coluna o senhor vire à direita.
O C. agradeceu com um sorriso nos lábios e seguimos pelo corredor. Então ele vira para mim e diz:
– Isso foi engraçado.
– O que?
– A informação que a vendedora deu.
– O que tem de errado?
– Como assim? Você não percebeu? Ela disse para virar a direita e apontou a esquerda. – disse ele rindo e repetindo o gesto.
– Ahhh… não acho engraçado, eu entendi o que ela quis dizer.
– Entender eu também entendi, mas isso é típico de mulheres. Vocês nunca sabem onde é a direita e a esquerda.
– É verdade, mas o certo é se guiar para onde apontamos, não para o que dizemos.
– Então você vai escrever uma crônica sobre isso também, para que os homens possam ter do que rir.
Tudo bem, e aqui estou dando o braço a torcer, também temos nossas falhas.
Larissa d’Avila da Costa, Mannheim março 2011.