Meus caros leitores, perdoem-me a ausência, mas estive de férias no Brasil recarregando as baterias e aproveitando as coisas boas do nosso país. Uma delas é o churrasco. Como todo gaúcho, adoro carne e como de me fartar quando estou no Brasil. Em um churrasco, para o qual eu fui convidada, fui apresentada para umas pessoas. Isso de ser apresentada é uma situação bem engraçada, porque a primeira coisa que as pessoas dizem de mim é: ela é a minha amiga que mora na Alemanha!
A reação do interlocutor é sempre a mesma: “na Alemanha??” Como se eu morrasse em Marte. Aí, depois do primeiro choque, há duas possibilidades de reação: ou a pessoa tem alguém conhecido que mora ou já morou na Alemanha, ou a pessoa pergunta: “o que voce faz lá?”. Aí começa a grande explicação…
Mas o melhor da conversa vem quando eu conto de sou casada.
– Casada com um alemão?
– Sim.
– Mas é alemão mesmo?
Heinnnnn?? Acho muito engraçado quando me fazem essa pergunta, pois não imagino o que as pessoas esperam ouvir. A vontade é de dizer:
– Não, ele é um paraguaio com passaporte alemão falsificado.
O que as pessoas querem dizer com isso: “alemão mesmo?”. Querem saber se ele, talvez, não tenha nascido em Morro Reuter? Um pseudo-alemão? Eu acho estranho porque nunca ouvi as pessoas pergutarem isso de outra nacionalidade. Por exemplo, quando eu tinha um namorado italiano, ninguém perguntava: é italiano mesmo? Era italiano e pronto. Ninguém duvidava das origens do italiano.
E quando eu olhei para a cidadã que me fez tal pergunta com uma cara de quem não tem o que responder e disse um mero “sim”, vieram a pergunta e o comentário fatais:
– Qual o sobrenome dele?
– Becker.
– Ahh… como os nossos aqui.
Aiiiiiii meu sais…. não minha senhora, os nossos é que são como os de lá.
Larissa d’Avila da Costa, Dresden março 2012.