Festa da varicela

Quanto mais eu conheço a sociedade alemã, mais eu me surpreendo com seus paradoxos. O descobrimento da semana foi a existência de “festinhas da varicela”, ou qualquer outra doença infantil contagiosa, tipo caxumba ou sarampo.

Para uma sociedade tão avançada cientificamente, era de se esperar, que a vacina fosse aceita por todos como um método de prevenção indiscutível e indubitável. Pois não. Há aqui naturalistas suficientes que são contra a vacina, ou pelo menos parcialmente, pois acreditam que, contra doenças contagiosas infantis, como a varicela, sarampo e caxumba, não se deve vacinar, e sim, contrair a doença para criar anti-corpos natuais.

Para isso, organizam as chamadas “festas da varicela”, em alemão: “Windpocken Party”, que consiste em juntar algumas crianças com a doença e mais outras saudáveis, com o objetivo de que as saudáveis contraiam a infecção. Seria, então, um “ficar doente programado”, para que a criança não seja contagiada, por exemplo, no período escolar.

Quando ouvi que isso existe, fiquei chocada. Como pode querer que o filho fique doente de propósito? Tudo bem não querer vacinar contra essas doenças que não são tão graves, mas daí a contagiar o filho propositalmente é muito diferente.

Enfim, na terra da indústria farmacêutica ainda há espaço para os totalmente alternativos.

Vai uma varicela aí?

Larissa d’Avila da Costa, Mannheim fevereiro 2011.