Há extamente um ano atrás eu me mudei pela sexta vez de cidade em 13 anos de Alemanha. Saí da minha tão querida Dresden e vim para Gilching, uma cidade pequena nos arredores de Munique. Essa mudança foi a mais difícil de todas. O processo de despedida foi longo e doloroso e, acho que por isso, cheguei de coração totalmente aberto para o novo lar.
Deixar uma cidade e os amigos que conquistei ao longo dos anos não foi fácil. Esses anos em Dresden marcaram muito a minha vida, conheci pessoas maravilhosas, fiz amigas que considero minha familia além mar, tinha uma rotina com meus filhos de escolinha – parquinho – atividades extras muito organizada, tinha babá brasileira carinhosa e absoutamente confiável, enfim, tinha toda a estrutura que uma expatriada precisa na ausência da famila com que possa contar.
Mas a vida segue rumos que as vezes não podemos direcionar e cá estou, na Baviera, e, um ano depois da partida de Dresden, posso afirmar que não perdi as amizades que fiz, nem deixei completamente aquele lugar, eu apenas estou afastada fisicamente. A amizade e os laços continuam fortes e eu me empenho continuamente em mante-los. Semana que vem partirei para meu tour anual de visita aos meus amigos queridos que fiz nesses anos de Alemanha: vou a Dresden e a Hannover visitar pessoas e lugares que marcaram a minha vida e que ainda são muito importantes para mim.
Preguiça de viajar sozinha com as crianças eu não tenho. Herdei dos meus pais o gosto pelo “pé na estrada” e transmito aos meus filhos o mesmo prazer de viajar e rever amigos.
E o novo lar? Depois da longa e dolorosa despedida de Dresden, vim para cá com o coração e mente abertos. Não tive nenhuma dificuldade em conhecer novas pessoas e fazer novas amizades. Formei um novo grupo de crianças teuto-brasileiras para continuar a passar nossa lingua e cultura aos pequenos brasileirinhos e através desse grupinho conheci brasileiras afetuosas, talentosas, que já se transformaram em amigas queridas, fui acolhida por vizinhos gentis e prestativos, fiz novas amizades com mães alemãs que me ajudam e me ensinam sempre um pouco mais dessa nova cultura e novo estilo de vida “bávaro”.
A vida segue em frente e temos que aproveita-la da melhor maneira possivel.
Larissa d’Avila da Costa, Gilching agosto 2016