Se você é do time das “românticas e apaixonadas” e gosta de receber mimos e ser lembrada com carinho até mesmo nas datas ditas comerciais, não se desespere se o seu alemão não der a mínima para o Dia dos Namorados, você não está só!
Sim, ele existe, e não é 12 de junho, e sim 14 de fevereiro, “Valentinstag”. Essa data é considerada, por muitos alemães, uma data meramente comercial, um dia que inventaram para movimentar o comércio e vender flores, uma cópia da tradição dos americanos, e, portanto, para muitos, não é passível de ser comemorada, pois não há nesse dia nenhuma ligação ou motivo sentimental para ser lembrado.
Tal pragmatismo de pensamento entra em conflito com nosso sentimentalismo brasileiro. Analisando friamente a questão, concordo que seja uma data meramente comercial sem nenhuma ligação emocional.
Por outro lado, penso que, essa data mercantil lembra-nos que devemos cultivar o romantismo, dar atenção especial a pessoa que amamos, coisa que deixamos de lado na loucura da rotina, no cansaço do dia-a-dia, perdendo-se entre compromissos e afazeres domésticos. É um dia, que, apesar de sermos lembrados através do google e da decoração de corações em estabelecimentos comerciais, podemos dizer a pessoa que amamos o quanto ela é importante para nós, o quanto a amamos e porque a admiramos. Não é necessário presentes valiosos ou buques de flores, basta, apenas, a consideração de dizer algo para que o companheiro sinta-se valorizado.
Claro que gostaríamos de receber esse carinho, palavras sinceras e romanticas muitas vezes ao ano, e não somente em ocasiões especiais, mas, tendo em vista que a rotina faz com que esqueçamos as gentilezas amorosas, não custa aproveitar a lembrança comercial para fazer um agrado.
Muito bem, e como convencer um alemão disso? Questão árdua, já que os alemães não se deixam convencer facilmente com argumentos sentimentais, e sim discutem tudo de forma muito objetiva.
Eu convenci o meu dizendo-lhe exatamente o que eu escrevi acima, que não é necessário comemorar em grande estilo (claro que se tiver jantar e presente ainda melhor), mas que um gesto, uma consideração, uma palavra carinhosa já basta para recordar que somos mais que um time que trabalha bem juntos, somos um casal e, para manter o amor vivo, é preciso dizê-lo!
Larissa d’Avila da Costa, Gilching fevereiro 2018.
