Se você ler essas duas palavrinhas do título e achar que elas são iguais, ledo engano. A grafia pode até ser quase a mesma, mas o significado e a pronúncia… aaffee… que complicação! Para nossos ouvidos brasileiros não é fácil notar a diferença e muito menos pronunciá-la. É uma nuance, mas que troca completamente o sentido da palavra.
A situação começou numa manhã dessas em que estava ouvindo uma rádio alemã e o tema do dia era casos de spuken, assombração. Os ouvintes ligavam para relatar coisas esquisitas e aparentemente sem explicação que aconteciam nas suas casas e um psicólogo de efeitos paranormais tentava solucionar o caso e dar uma explicação lógica para portas que abrem sozinhas ou luzes que acendem e apagam da mesma maneira. Achei o tema curioso e comentei com o meu marido quando ele chegou em casa.
– Hoje na rádio estavam falando de “spucken”.
Ele:
– De que?
– “Spucken”, sabe, de fantasmas, portas que abrem e fecham sozinhas, luzes que acendem e apagam, essas coisas. Respondi em alemão.
– Ahhh… você quer dizer spuuKen.
– Qual é a diferença?
– O que você disse é spucken com o “u” curto, que se escreve com “ck” e significa cuspir. O que você quer dizer é “spuuken”, com o “u” longo, porque se escreve só com “k”.
– Ah é? Spuuuuuuuuuuuuuuuuken, repeti. Assim?
– Isso. Spuuuken. O outro é spucken.
– Que saaaacoooo, disse em portugues.
– Pois é. Mas e aí, e a história?
– Ahhh… deixa pra lá… muito spuuuuuuuuuuken essa língua…
Larissa d’Ávila da Costa, Mannheim junho 2011.