Há tempos o mundo já vem sofrendo um novo tipo de violência: a frustação daqueles que estão de mal com a vida, que se sentem vítimas de bulling e por algum motivo pessoal obscuro resolvem se suicidar mas antes levam a vida de tantos outros que nada tem a ver com a sua história pessoal.
E em tempo de ataques terroristas movidos pelo ódio religioso, estamos diante de um novo tipo de violência que não conhecíamos anteriormente, essa que choca pelo número de vítimas que faz, pela incompreensão dos motivos que levam pessoas a plenejar minuciosamente tal atentados, pela maldade intrínseca do ser humano.
As duas novidades do mundo moderno assustam, pois ainda não sabemos como lidar com elas. São violências que atingem os tão “seguros”países do primeiro mundo, abalam os alicerces sociais e alastram o pânico.
Os movitos pessoais que levam cidadãos a cometer esse tipo de violência, em si, não tem nada a ver um com o outro, mas deixam a todos em estado de alerta, porque já não há mais aquele sentimento de tranquilidade e segurança tão prezado aos europeus e norte-americanos.
Lembro-me da minha infância no Brasil, tempos em que a violência não era generalizada, não havia medo de ser assaltada na porta da escolinha do seu filho e ter o carro roubado com a criança dentro. Na minha adolescência ainda podia-se namorar dentro do carro, em ruas escuras sem ter medo de ser atacado por um ladrão. E a brutalidade foi crescendo, e todos foram adatpando-se à nova realidade. No Brasil vive-se com um medo constante de que aconteça algo consigo e com os seus queridos, mas a vida continua, continuamos a ter filhos, a sair para jantar, viajar, consumir. O medo é permanente, mas aprendemos a conviver com ele, já que uma solução definitiva para esse sentimento é uma grande utopia.
E é isso que vai acontecer aos cidadãos europeus, adaptar-se ao medo e à insegurança, pois esse novo tipo de agressão tem uma motivação muito pessoal, muito sutil, quase impossível de ser detectada.
O que nos resta é rezar pedindo a proteção divina ,para aqueles que tem fé, e confiar na sorte de sempre estar longe de tal insanos, para os céticos. Ou os dois.
Larissa d’Avila da Costa, Gilching julho 2016